sexta-feira, 13 de maio de 2011

As Sete Lágrimas de um Preto Velho‏

Hoje (13 de maio) os Terreiros de Umbanda homenageiam estas Entidades.
Data em que foi assinada a Lei Áurea. 

O grande marco da libertação dos escravos.
O grande ‘axé’ dos nossos Pretos-Velhos é, com toda certeza, 
a virtude de saber perdoar.
Mas perdoar sem pieguice.
Pois o seu perdão, é fruto do desapego ao orgulho e a vaidade,
desenvolvendo assim o mais nobre dos sentimentos: a humildade.
Salve os Pretos Velhos...
Adorei as Almas!
***  

As Sete Lágrimas de um Preto Velho

"Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando o seu cachimbo
um triste Preto Velho chorava.
De seus olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pela face e não sei  porque as contei..."


Foram sete.

Na incontida vontade de saber, aproximei-me e interroguei-o:
- Fala meu Preto Velho, diz ao teu filho porque externas assim tão visível dor?

E ele suavemente respondeu:
- Estás vendo esta multidão que entra e sai? As lágrimas contadas estão distribuídas a cada uma delas.

A Primeira,
eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração,
para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber;

A Segunda,
 a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando,
na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam;

A Terceira,
distribuí aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda em busca de vingança,
desejando sempre prejudicar ao semelhante;

A Quarta,
aos frios e calculistas, que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma,
e não conhecem a palavra gratidão;

A Quinta,
chega suave, tem o sorriso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem seu semblantes verão escrito:
creio na Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi,
mas somente se resolverem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo;

A Sexta,
eu dei aos fúteis, que vão de centro em centro, não acreditando em nada,
buscam aconchego, conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente;

A Sétima,
filho, notas como foi grande e como deslizou pesada?
Foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás.
Fiz doação dessa aos médiuns vaidosos (as), 
que só aparecem no Centro em dia de festa e faltam as doutrinas.
Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade
e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.

Assim, filho meu, 
foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma.
As sete Lágrimas de um preto velho."

***

Para refletirmos:
"A humildade é uma coisa estranha...
No momento em que achamos que a temos...
 Já a perdemos."

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